sábado, 26 de abril de 2008

O legado de Tiradentes

Biografia
Nascido num sítio no distrito de Pombal, próximo ao arraial de Santa Rita do Rio Abaixo, à época território disputado entre as vilas de São João del-Rei e São José do Rio das Mortes, nas Minas Gerais, da Silva Xavier era filho do português Domingos da Silva Santos, proprietário rural, e da brasileira Maria Antônia da Encarnação Xavier, tendo sido o quarto dos sete filhos. Em 1755, após o falecimento da mãe, segue junto a seu pai e irmãos para a sede da Vila de São José; dois anos depois, já com onze anos, morre seu pai. Com a morte prematura dos pais, logo sua família perde as propriedades por dívidas. Não fez estudos regulares e ficou sob a tutela de um padrinho, que era cirurgião. Trabalhou como mascate e minerador, tornou-se sócio de uma botica de assistência à pobreza na ponte do Rosário, em Vila Rica, e se dedicou também às práticas farmacêuticas e ao exercício da profissão de dentista, o que lhe valeu a alcunha Tiradentes, um tanto depreciativa. Não teve êxito em suas experiências no comércio.

Com os conhecimentos que adquirira no trabalho de mineração, tornou-se técnico em reconhecimento de terrenos e na exploração dos seus recursos. Começou a trabalhar para o governo no reconhecimento e levantamento do sertão brasileiro. Em 1780, alistou-se na tropa da capitania de Minas Gerais; em 1781, foi nomeado comandante do destacamento dos Dragões na patrulha do Caminho Novo, estrada que servia como rota de escoamento da produção mineradora da província ao Rio de Janeiro. Foi a partir desse período que Tiradentes começou a se aproximar de grupos que criticavam a exploração do Brasil pela metrópole, o que ficava evidente quando se confrontava o volume de riquezas tomadas pelos portugueses e a pobreza em que o povo permanecia. Insatisfeito por não conseguir promoção na carreira militar, tendo alcançando apenas o posto de alferes, patente inicial do oficialato à época, e por ter perdido a função de comandante da patrulha do Caminho Novo, pediu licença da cavalaria em 1787.

Morou por volta de um ano na cidade carioca, período em que idealizou projetos de vulto, como a canalização dos rios Andaraí e Maracanã para a melhoria do abastecimento d'água no Rio de Janeiro; porém, não obteve aprovação para a execução das obras. Esse desprezo fez com que aumentasse seu desejo de liberdade para a colônia. De volta às Minas Gerais, começou a pregar em Vila Rica e arredores, a favor da independência daquela província. Organizou um movimento aliado a integrantes do clero e da elite mineira, como Cláudio Manuel da Costa, antigo secretário de governo, Tomás Antônio Gonzaga, ex-ouvidor da comarca, e Inácio José de Alvarenga Peixoto, minerador. O movimento ganhou reforço ideológico com a independência das colônias estadunidenses e a formação dos Estados Unidos da América. Ressalta-se que, à época, oito de cada dez alunos brasileiros em Coimbra eram oriundos das Minas Gerais, o que permitiu à elite regional acesso aos ideais liberais que circulavam na Europa.


O movimento

Variação da bandeira inconfidente, cerca de 1789.Ver artigo principal: Inconfidência Mineira
Além das influências externas, fatores regionais e econômicos contribuíram também para a articulação da conspiração nas Minas Gerais. Com a constante queda na receita provincial, devido ao declínio da atividade mineiradora, a administração de Martinho de Melo e Castro instituiu medidas que garantissem o quinto, imposto que obrigava os moradores das Minas Gerais a pagar, anualmente, cem arrobas de ouro, destinadas à Real Fazenda. A partir da nomeação de Luís da Cunha Meneses como governador da província, em 1782, ocorreu a marginalização de parte da elite local em detrimento de seu grupo de amigos. O sentimento de revolta atingiu o máximo com a decretação da derrama, uma medida administrativa que permitia a cobrança forçada de impostos atrasados, mesmo que preciso fosse confiscar todo o dinheiro e bens do devedor, a ser executada pelo novo governador das Minas Gerais, Luís Antônio Furtado de Mendonça, 6.º visconde de Barbacena (futuro conde de Barbacena), o que afetou especialmente as elites mineiras. Isso se fez necessário para se saldar a dívida mineira acumulada, desde 1762, do quinto, que à altura somava 538 arrobas de ouro em impostos atrasados.

O movimento se iniciaria na noite da insurreição: os líderes da inconfidência sairiam às ruas de Vila Rica dando vivas à República, com o que ganhariam a imediata adesão da população. Porém, antes que a conspiração se transformasse em revolução, foi delatada aos portugueses por Joaquim Silvério dos Reis, coronel, Basílio de Brito Malheiro do Lago, tenente-coronel, e Inácio Correia de Pamplona, açoriano, em troca do perdão de suas dívidas com a Real Fazenda. Assim, o visconde de Barbacena suspendeu a derrama e ordenou a prisão dos conjurados em 1789. Avisado, Tiradentes escondeu-se na casa de um amigo no Rio de Janeiro, mas foi descoberto por Joaquim Silvério dos Reis, que o acompanhara em sua fuga a mando de Barbacena. Anos depois, por sua delação e outros serviços prestados à Coroa, dos Reis receberia o título de Fidalgo.

Dentre os inconfidentes, destacaram-se os padres Carlos Correia de Toledo e Melo, José da Silva e Oliveira Rolim e Manuel Rodrigues da Costa, o tenente-coronel Francisco de Paula Freire de Andrade, comandante dos Dragões, os coronéis Domingos de Abreu e Joaquim Silvério dos Reis (um dos delatores do movimento), os poetas Cláudio Manuel da Costa, Inácio José de Alvarenga Peixoto e Tomás Antônio Gonzaga, ex-ouvidor.

Os principais planos dos inconfidentes eram: estabelecer um governo republicano independente de Portugal, criar manufaturas no país que surgiria, uma universidade em São João del-Rei e fazer desta a capital. Seu primeiro presidente seria, durante três anos, Tomás Antônio Gonzaga, após o qual haveria eleições. Nessa república não haveria exército – em vez disso, toda a população deveria usar armas, e formar uma milícia quando necessária. Há que se ressaltar que os inconfidentes visavam apenas a autonomia da província das Minas Gerais, e em seus planos não estava prevista a libertação dos escravos africanos, apenas daqueles nascidos no Brasil.


A leitura da sentença de Tiradentes (óleo sobre tela de Leopoldino Faria).
Julgamento e sentença
Negando a princípio sua participação, Tiradentes foi o único a, posteriormente, assumir toda a responsabilidade pela Inconfidência, inocentando seus companheiros. Presos, todos os inconfidentes aguardaram durante três anos pela finalização do processo. Alguns foram condenados à morte e outros ao degredo; algumas horas depois, por carta de clemência de D. Maria I, todas as sentenças foram alteradas para degredo, à exceção apenas para Tiradentes, que permaneceu com a pena capital. Em parte por ter sido o único a assumir a responsabilidade, em parte, provavelmente, por ser o incofidente de posição social mais baixa, haja vista que todos os outros ou eram mais ricos, ou detinham patente militar superior. Por esse mesmo motivo é que se cogita que Tiradentes seria um dos poucos inconfidentes que não eram maçons.

E assim, numa manhã de sábado, 21 de abril de 1792, Tiradentes percorreu em procissão as ruas do centro da cidade do Rio de Janeiro, no trajeto entre a cadeia pública e onde fora armado o patíbulo. O governo geral tratou de transformar aquela numa demonstração de força da coroa portuguesa, fazendo verdadeira encenação. A leitura da sentença estendeu-se por dezoito horas, após a qual houve discursos de aclamação à rainha, e o cortejo munido de verdadeira fanfarra e composta por toda a tropa local. Bóris Fausto aponta essa como uma das possíveis causas para a preservação da memória de Tiradentes, argumentando que todo esse espetáculo despertou a ira da população que presenciou o evento.

Executado e esquartejado, com seu sangue se lavrou a certidão de que estava cumprida a sentença, tendo sido declarados infames a sua memória e os seus descendentes. Sua cabeça foi erguida em um poste em Vila Rica, tendos sido rapidamente cooptada e nunca mais localizada; os demais restos mortais foram distribuídos ao longo do Caminho Novo: Cebolas, Varginha do Lourenço, Barbacena e Queluz (antiga Carijós), lugares onde fizera seus discursos revolucionários. Arrasaram a casa em que morava, jogando-se sal ao terreno para que nada lá germinasse.


Legado

Efígie do Tiradentes na moeda de 5 centavos de real.Tiradentes permaneceu, após a Independência do Brasil, uma personalidade histórica relativamente obscura, dado o fato de que, durante o Império, os dois monarcas, D. Pedro I e D. Pedro II, pertenciam à casa de Bragança, sendo, respectivamente, neto e bisneto de D. Maria I, quem havia emitido a sentença de morte de Tiradentes. Foi a República – ou, mais precisamente, os ideólogos positivistas que presidiram sua fundação – que buscaram na figura de Tiradentes uma personificação da identidade republicana do Brasil, mitificando a sua biografia. Daí a sua iconografia tradicional, de barba e camisolão, à beira do cadafalso, vagamente assemelhada a Jesus Cristo e, obviamente, desprovida de verossimilhança. Como militar, o máximo que Tiradentes poder-se-ia permitir era um discreto bigode. Na prisão, onde passou os últimos três anos de sua vida, os detentos eram obrigados a raspar barba e cabelo a fim de evitar piolhos. Também, o nome do movimento, "Inconfidência Mineira", e de seus participantes, os "incofidentes", foi cunhado posteriormente, denotando o caráter negativo da sublevação – inconfidente é aquele que trai a confiança.

Tiradentes nunca se casou, mas teve dois filhos: João, com a mulata Eugênia Joaquina da Silva, e Joaquina, com a ruiva Antônia Maria do Espírito Santo, que vivia em Vila Rica. Atualmente, foi concedida à sua tetraneta Lúcia de Oliveira Menezes, por meio da lei federal 9255/96, uma pensão especial do INSS no valor de R$ 200,00, o que causou polêmica sobre a natureza jurídica deste subsídio, mas solucionado pelo STF no agravo de instrumento 623.655. [2]

Atualmente, onde se encontrava sua prisão foi erguido o Palácio Tiradentes; onde foi enforcado ora se encontra a Praça Tiradentes e onde sua cabeça foi exposta fundou-se outra Praça Tiradentes. Em Ouro Preto, na antiga cadeia, hoje há o Museu da Inconfidência. Tiradentes é considerado atualmente Patrono Cívico do Brasil, sendo a data de sua morte, 21 de abril, feriado nacional. Seu nome consta no Livro de Aço do Panteão da Pátria e da Liberdade, sendo considerado Herói Nacional.

ISABELA

Saiba como vai ser a reconstituição da morte de Isabella
Pai e madrasta, suspeitos do crime, têm de comparecer, mas não precisam participar.
Trabalho deve durar cerca de 10 horas e demandou esquema especial na rua do edifício.
Do G1, em São Paulo
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A reconstituição da morte da menina Isabella Nardoni, que será realizada a partir das 9h deste domingo (27), é fundamental para o andamento das investigações sobre o caso. O trabalho tem previsão de duração de 10 horas e mexeu com a rotina e a movimentação na Rua Santa Leocádia, onde fica o Edifício London, na Vila Mazzei, Zona Norte de São Paulo.



Caso Isabella: cobertura completa

Isabella morreu no dia 29 de março após ser espancada, asfixiada e jogada do 6º andar do edifício, onde moravam o pai e a madrasta dela, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, suspeitos do crime.

O principal objetivo da reconstituição é reproduzir passo a passo a versão apresentada pelo casal, desde a chegada ao prédio até o momento em que Isabella foi socorrida pelo Resgate. Serão confrontados os resultados dos exames periciais com as declarações de testemunhas e indiciados. Além disso, será cronometrada toda a seqüência narrada pelo pai e pela madrasta.



Segundo a polícia, a maior parte dos acontecimentos deve ocorrer dentro prédio e do apartamento, que fica no 6º andar. Em apenas dois momentos os a ação deve acontecer no lado externo. Um deles será no jardim, onde o corpo da menina caiu após ser jogado da janela, e o outro será em um prédio vizinho.



Participações
Alexandre Nardoni e Anna Carolina não vão participar da seqüência de fatos que terminaram na morte da menina, segundo informou o avô da menina, Antonio Nardoni. De acordo com a polícia, pessoas com mesmo tipo físico dos dois vão interpretar o casal.



Antonio e a filha, Cristiane, devem participar. Assim como a mãe de Isabella, Ana Carolina de Oliveira, dois vizinhos, o porteiro do prédio, os funcionários do resgate e a mulher do subsíndico. Todos serão ouvidos separadamente.

O pai e a madrasta da menina não são obrigados a participar da reconstituição, mas por lei, têm de comparecer. Eles podem ser orientados pela defesa a manter o silêncio e não fazer nada que possa incriminá-los.



A polícia quer saber se haveria tempo hábil para uma terceira pessoa ter cometido o crime sem ser visto por Alexandre ou Anna Carolina. A perícia revelou que entre o desligamento do aparelho GPS do Ford Ka do casal e a primeira ligação para os bombeiros se passaram 13 minutos e 46 segundos.



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Moradores do Edifício London e de imóveis vizinhos contarão o que viram o ouviram naquela noite. O porteiro do prédio, primeiro a ver o corpo de Isabella estendido no gramado, e os homens do Resgate darão detalhes sobre a posição em que a menina foi encontrada e o socorro à vítima.



Esquema de segurança
Assim como na ocasião em que os dois suspeitos do crime foram prestar depoimento no 9º Distrito Policial, onde as investigações são concentradas, foi montado um esquema de segurança para garantir o trabalho dos peritos, a circulação dos moradores e a movimentação da imprensa. Os acessos à rua serão bloqueados e apenas moradores, jornalistas e policiais poderão entrar.



Cerca de 100 policiais estarão envolvidos no trabalho. A polícia já estuda desde o meio da semana a organização do local, e começou a montar a estrutura e realizar os bloqueios necessários as 23h30 do sábado (26). A calçada do prédio e parte da rua em frente dele serão áreas restritas apenas aos policiais e aos carros que precisarem entrar ou sair das garagens.

Serão montados dois bloqueios na rua do prédio, um 60 metros à direita do edifício e outro 60 metros à esquerda. Nesses locais, ficarão policiais que controlarão a passagem dos carros e pedestres. Apenas serão autorizados a passar os jornalistas, moradores e visitantes das residências locais, que serão acompanhados por policiais ao seu destino. A idéia é evitar o acúmulo de pessoas, o que pode gerar confusão e barulho, atrapalhando o trabalho dos peritos.



O espaço aéreo acima do edifício ficará fechado em um raio de 1,5 km, conforme autorização judicial. Isso porque o barulho dos helicópteros pode comprometer a reconstituição quando forem comparadas as versões de testemunhas que afirmam ter ouvido gritos na noite do crime.



Moradores
No prédio que fica em frente ao Edifício London, os moradores foram proibidos de permitir a entrada de jornalistas em seus apartamentos. A medida foi tomada pelo condomínio para evitar o assédio da imprensa durante as investigações sobre a morte da menina.



Uma circular pregada no elevador informa aos moradores que eles correm o risco de serem processados pelo condomínio se algum jornalista conseguir autorização. A informação foi passada por um morador que prefere não se identificar.



Já no Edifício London, moradores deixaram o prédio para evitar os transtornos que serão provocados pela reconstituição da morte da menina. "Muitos moradores já até viajaram. Poucos vão ficar no domingo", afirmou na quinta-feira (24) o delegado operacional da Zona Norte, César Camargo.



Perícia
A perícia é uma parte muito importante do inquérito para a reconstituição, pois dá direções aos peritos para que possam estimar como ocorreu o crime. A coleta de provas e a análise do local são fundamentais na hora de esclarecer a autoria de um crime. Uma gota, um fio de cabelo ou uma única célula servem como vestígios e podem apontar o autor de um crime aparentemente sem provas.



No caso Richtofen, a perícia foi decisiva para chegar aos culpados pelo assassinato do casal Marísia e Manfred: a filha, Suzane, o namorado, Daniel, e o irmão dele. “Cada vez que eles tentavam enganar a perícia, eles davam uma prova a mais de que eram pessoas muito ligadas às vítimas”, explica o perito Ricardo Salada, que foi o primeiro a chegar à casa da família Richtofen depois do crime.



“A perícia é um trabalho delicado, que exige, antes de tudo, a preservação da cena do crime. Sua finalidade, tanto criminalística quanto médico-legal, é fornecer os elementos para aqueles que têm a competência legal pra indiciar, denunciar e sentenciar. O perito não condena nem absolve ninguém, só fornece elementos para quem pode fazê-lo”, conclui o coordenador da Polícia Técnico-Científica de São Paulo, Celso Perioni.

Boas vindas

Espero que voce aproveite ess e tempo para se aprimorar mais tanto na leitura, escrita como nos fatos mais atuais

Quem sou eu

rio de janeiro, riode janeiro
Professor que se interessa sobre os processos de como estudar do aluno